Ziringuidum

Um pouco de samba, um pouco de poesia...

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domingo, 20 de junho de 2010

A Morte da Bela Flor


Sinto-me como a mais morta das flores
murcha, sem brilho, sem cor
Arrancaram-me da vida
para servir de enfeite

Fui bela
já tive cor, já tive perfume
já até causei ciúme
naquele que não me teve na sua estante

Um dia me colheram do meu abrigo
Alguém se encantou comigo
e me levou
me ganhou

E no auge de minha formosura
alegrei o seu lar
O fiz rir, o fiz chorar
Enfeitei!

Quando me regavam com o amor
ficava ainda mais bela,
Mas hoje minha aparência revela
que por muito fui regada com mentiras

Eu, que nunca feri ninguém
nem mesmo com meus espinhos
era ferida
a cada vez que me regavam, me adubavam
com tantas mentiras

Fui me cansando
e perdendo a beleza
Murchando
e perdendo a delicadeza
Morrendo
e enfeiando a mesa

Por fim, perdi a esperança de sobreviver
Perdi a vontade de viver
Perdi a cor para colorir
Cansei
Murchei
Morri

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